E a tão esperada e temida tríplice conjunção entre Júpiter, Plutão e Saturno já está dizendo a que veio. Ao estudar o tema, pensei imediatamente numa possível guerra, que revolucionaria o mundo como o conhecemos. Imaginei também uma convulsão social em torno do tema direitos humanos, em especial aqui no Brasil, em função dos aspectos em Aquário do nosso mapa. Imaginei que Plutão se responsabilizaria por uma transformação profunda, uma visita ao abismo mais profundo, um remexer na lama mais imunda, estagnada, de sociedades decadentes, inúteis e se encarregasse de conduzir ao Tártaro, conceitos destrutivos, lideranças hipócritas.
Pensei que Saturno desse as mãos ao seu filho, Plutão, em um processo histórico de reconstrução de uma nova ordem política, econômica e cultural, a exemplo dos outros movimentos anteriores que alteraram o curso da história da humanidade, estabelecendo novos paradigmas.
Pensei que Júpiter apareceria para expandir não apenas a destruição, mas para enviar suas bênçãos, amenizando as ações devastadoras de seu pai, Saturno e contemplando aos que já estavam no caminho da prosperidade, com uma dose extra de crescimento.
Não sou especialista em Astrologia Mundial, aliás, sempre me dediquei mais profundamente, ao estudo do taro, entretanto, lendo os depoimentos de outros profissionais mais gabaritados, percebi que eu estava alinhada ao consenso geral. Uma possível guerra, um levante social.
Pois é, mas parece que os deuses tinham outros planos, ao menos até agora. A mão de Saturno foi mais pesada, Plutão nos convidou para a Dança da Morte e eis que estamos, hoje, vivendo o apogeu da restrição, o extermínio de milhares, quiçá milhões, na figura da pandemia do corona vírus.
Não pretendo me estender em detalhes técnicos, deixo isso aos especialistas, mas a minha percepção, hoje, é de que estamos vivendo um impasse: E agora, é ser ou ter? Sou eu, ou nós? Isolados em nossas casas, espectadores impotentes de um evento apocalíptico, é importante fazer um autoexame de consciência para identificar aquela palavrinha mágica – propósito – em nossas vidas. O quanto estamos dispostos a nos comprometer com as responsabilidades que vamos assumir doravante e também, no papel que nos cabe na sociedade em que vivemos.
Estamos vivenciando um momento onde as fronteiras foram derrubadas, onde a morte nos aproximou e que, ao término da pandemia, nada mais será como antes. Podemos escolher entre inaugurar uma nova era de desenvolvimento consciente, ruptura com padrões cristalizados, fraternidade e tolerância, ou nos quedarmos como observadores, estagnados, infelizes, apátridas.
É isso. O “fiquem em casa”, mais que profilático é um convite ao mergulho em nossa casa interior. Os que sobreviverem ao caos devem emergir mais criativos, fortes, competentes e donos das suas vontades.
@gloriabritho
Matéria publicada no site do Jornal Extra : https://extra.globo.com/mulher/astros-dos-astros/reflexoes-sobre-triplice-conjuncao-24333983.html