“Os Bérberes têm um provérbio: “Escolhe e ganharás”. E se não há razão para escolher? Pouco importa. Escolhe, ou certamente perderás. (Maurois)
Ninguém nasce sabendo escolher. A escolha é um aprendizado. É a partir das experiências interpessoais, ao longo de nossas vidas que vamos aprendendo a o significado da palavra amadurecimento.
O tempo todo a existência nos conclama a escolher entre o sonho e a realidade, o vício e a virtude, a responsabilidade e o prazer, a razão e a emoção, a vida e a morte. E é a partir das decisões tomadas que nos sentimos progressivamente seguros e mais, conscientes do papel ativo que representamos no dia-a-dia de nossas vidas. Com a certeza de que não podemos atribuir a outrem a responsabilidade sobre o nosso destino.
O tema “escolha” é abordado desde os primórdios. Nós, animais supostamente racionais, temos a maior dificuldade de compreender que para cada escolha, existe uma renúncia – Queremos TUDO.
Dos antigos gregos, nos chega essa lenda, reescrita por mim, por que ninguém agüenta um texto de Platão, que bem ilustra o que eu quero dizer:
O MITO DE PÁRIS
Certa vez, num jantar dos deuses do Olimpo, injuriada por não ter recebido o convite, a deusa Discórdia, lançou no meio da sala uma maçã de outro e gritou:
– Que esse pomo seja dado à mais linda deusa aqui presente. E saiu às gargalhadas, que nem aquelas bruxas dos contos de fadas. Ela sabia que ia dar merda.
Logo as deusas mais poderosas se candidataram ao prêmio.
Hera, esposa de Zeus; protetora dos casamentos, Atena, deusa da Sabedoria e Vênus, a senhora do amor..
Eis que, se criou o impasse: Nenhum habitante do Olimpo quis se arriscar a ser o juiz daquela contenda, pois, se mulheres humanas são perigosas, imaginem as divinas. Hermes, também conhecido como Mercúrio, deus alado da comunicação, recebeu a tarefa de vir à Terra escolher um árbitro para tão importante decisão. Páris, um jovem pastor, lindo mas meio lesado, foi o eleito. A caminho da montanha sagrada, o rapaz, preso da mais terrível dúvida, tentava negociar sua tarefa:
– Mas não dá para dividir essa maçã por três, seu Hermes?
– Peraí, Páris. O negócio aqui é sério. Tem que escolher uma. Dê no que der.
Ele escolheu. E foi a maior confusão.
Logo na chegada, as bonitonas foram tratando de fazer os seus lobbys.
Hera, a ciumentíssima e furiosa rainha do Olimpo, chamou-o num cantinho e disse:
– Se você me der a maçã, eu te farei senhor do maior império sobre a Terra.
Atena, por sua vez, acompanhada de sua inseparável coruja, propôs:
– Se me deres a maçã, eu te farei o mais sábio dos guerreiros; o maior dos estrategistas.
E Vênus, sensual e envolvente, langorosa e super fêmea, deu o golpe final:
– Comigo você só tem a ganhar. Não dê ouvido a essas peruas. Se você me der a maçã de ouro, eu te darei em troca, a mais linda das mulheres sobre a face da Terra.
Pobre Páris…
Convencido afinal, por tão excitante argumento, não titubeou:
– Vênus é a vencedora! Esse é o meu veredicto.
As duas perdedoras saíram furiosas, tramando a mais negra vingança. O resultado disso tudo, foi a famosíssima Guerra de Tróia, onde Helena, foi um verdadeiro “presente de grego”.
Ontem eu ouvi num filme a seguinte frase:
– Fazer escolhas é dançar com o Diabo.
Concordo até certo ponto. Tem dias que prefiro ficar escondida debaixo da cama sem escolher nem o cardápio. Dá uma canseira uma preguiça…
É, mas no fim das contas, prefiro dançar com o Diabo do que morrer em vida, estagnada pela indecisão.
Escolho certo, errado, vou, volto, mas sigo em frente enquanto os deuses me permitirem.
Até…
É a mais pura verdade: melhor “dançar com o Diabo” do que tomar “chá de cadeira” e perder o melhor da festa!!!
O problema é que nem sempre fazemos a escolha certa, mas acho que vale a pena sim se arrepender, melhor do que não arriscar.
Boa noite Glorinha!
Espero que esteja bem e, com certeza, estará!
Visitei seu blog, li alguns textos.
Sempre muito inteligente e articulada voce, como sempre!
Nao me dispus a ler mais em funçao de estar em época de provas.
Matérias bem menos interessantes que os seus textos,creia-me…..
Enfim.. sao as benditas escolhas!!
Mas, as provas passarao e com certeza visitarei seu blog com mais frequencia!
Que o seu final de semana chegue cheio de boas surpresas.
Beijinhos pra vc e todos os seus.
Da amiga de sempre.
O conceito de dúvida é bom quando se trata de não seguir cegamente a “manada”.
A realidade é mais do que os nossos cinco sentidos podem captar, e precisamos continuar a checar e a sermos céticos com relação ao que achamos que sabemos.
E, assim, poderemos realmente saber.
Hoje, pratique ceticismo sistematicamente.
Peça comprovação em sua própria vida.
É assim que você pode confiar em sua Luz interior.
Por: Yehuda Berg
Olá Gloria,
Muito bacana seu texto e a ‘tradução’ para o de Platão foi perfeita.
Adorei!
Beijo grande e bom fim de semana.
Denise Bender
Fofa, só vc pra fazer uma releitura de Platão de maneira tão leve e engraçada. (“Ela sabia que ia dar merda” é hilário, rsrsrs!)Platão deve ter se remexido na tumba, kkkk!
Tirando a palhaçada, amei o conteúdo do seu texto. As escolhas são muitas, os caminhos errados que escolhemos talvez sejam maiores, mas, nesse balaio, a gente toma algumas atitudes das quais nos orgulhamos. E assim vamos vivendo… (Mas dançar com o diabo não danço, não, rsrs!)
Beijos imensos!
Gloria adoro seus texto!!! sempre que posso venho dar um oi,,ahhh amo astrologia curto muito seu trabalho parabéns pelo blog bjs bom fim de semana ju