“Quase todos sabem que um signo não determina inteiramente um indivíduo – existem muitos aspectos que devem ser levados em conta, para obtermos um conjunto mais preciso. A posição do Ascendente, Lua, Marte, Vênus, são apenas alguns dos inúmeros fatores a serem considerados. Entretanto, parece haver um traço de união que liga nativos de um mesmo signo. Como se fosse uma pista, de que bem ali, diante de nós, está um típico representante desta ou daquela criança do zodíaco. Querem exemplos?
Experimentem exigir de um pisciano que compareça na hora certinha a um compromisso. Ele é capaz de chegar atrasado ao próprio enterro. Sob pressão, escapa alegremente para o mundo dos sonhos e por mais importante que seja a causa, ele chega invariavelmente tarde, com um sorriso de beatitude estampado no rosto e é tão absurdamente doce que todo mundo o perdoa (coisas de pisciano, né?)
É muito engraçado receber um virginiano no consultório e ver como ele observa tudo ao seu redor e, quando finalmente fica à vontade, lenta e compulsivamente começa a arrumar os papéis sobre a mesa, as cartas de tarot, o porta clipes, o gravador, até achar que tudo está a seu gosto. Isso sem perder uma só palavra do que estou dizendo.
E o olhar arrogantemente perdido nas nuvens ou a mais pura expressão de desprezo de um aquariano quando, ao tentar explicar ao grupo sua mais nova teoria sobre a metade negra dos signos, percebe que não estão lhe dando a atenção merecida (você deveria estar babando de admiração!)?
Este livro não tem a menor pretensão de se transformar num tratado de moral, psicologia ou auto-ajuda, ao enumerar os aspectos negativos de cada signo, embora seja quase impossível não refletir, ainda que por breves instantes, ao defrontar-se com a sua própria sombra. Meu único compromisso ao escolher esse tema é presentear a vocês, leitores, com uma visão descontraída e engraçada da astrologia.
Tenho absoluta certeza de que vocês irão se identificar com os tipos e comportamentos aqui descritos, mas que isso não lhes soe como crítica (atenção virginianos!), ao contrário, apenas como uma visão engraçada e até certo ponto irônica de como reage cada signo, quando as luzes da civilização se apagam e o verniz social vai para o espaço.
É daí? Paciência, né? É só exercitarem o Supremo Dom – o do riso. Afinal, é disso que precisamos. Rir para afastar o medo. Rir para acreditar no futuro. Rir para nos sentirmos deuses e, como tais, acima do bem e do mal. Livres para errar, acertar, enfim, degustar até o fim essa maravilhosa experiência chamada vida.”