Acabei de assistir a mais um remake do filme O Grande Gatsby. Sei que se trata do quarto, mas, na verdade, o que mais me emocionou foi o penúltimo, com Robert Redford e Mia Farrow, em 1974.
A primeira vista, a maravilhosa história de Scott Fitzgerald fala de um romance proibido entre um homem misterioso e rico e uma mulher casada, na rumorosa década de vinte e seu reencontro, cinco anos após uma primeira vez.
Mas, ao lançar um segundo olhar sobre a trama, percebi que o pano de fundo se referia a um dos nossos mais profundos e ricos sentimentos: O da esperança. Daí me veio a pergunta: Até que ponto a esperança constrói? Quando é que ela passa de uma poderosa energia de realização a um estágio de alienação desesperada?
No filme, Jay Gatsby sai de uma existência medíocre para se tornar um homem riquíssimo e popular, pelo amor idealizado de uma mulher.
Seu amigo inseparável, em um dos seus inúmeros diálogos, adverte:
– Será que esse amor ainda é possível? Não é apenas algo que você trouxe do passado e alimentou até agora? Será que o passado não deve ficar para trás?
Mas ele não ouvia. Cego de esperança construiu um império para a sua Musa. Foi viver num castelo, cercado de serviçais; organizou festas que renderam manchetes em todos os jornais da época; ostentou toda a extravagância de que foi capaz. Tudo por ela. Tudo para ela.
O desfecho eu não conto – espero que cada um corra até a locadora mais próxima, mas confesso que até agora estou com essa mesma pergunta: Será mesmo a esperança a última que morre? Devemos colocar a nossa esperança nas mãos de quem quer que seja? Qual é o limite da esperança?
Segundo palavras de minha querida amiga Eugenia Costani: – A esperança é a última que morre….mas morre!
Mas talvez, quando chega a morrer, não tenha mais esse nome, não é?
O que vocês acham?